segunda-feira, 4 de junho de 2012

Revolução 2.0

Dando continuidade ao texto, “A Torre de Babel digital”, retomo a discussão sobre a importância das redes sociais dentro da nossa sociedade globalizada. Ao mesmo tempo em que temos total liberdade de expressão na internet, ainda sofremos dificuldade de nos fazer entender no mundo real. Até que ponto as redes sociais ajudam na nossa vida real?

Quando usei a internet pela primeira vez aos dez anos (acredito que foi 1996), fiquei fascinado com a capacidade de respostas imediatas durante a navegação. O conceito das primeiras salas de bate-papo era bastante atraente: poder falar com várias pessoas de diversos lugares ao mesmo tempo, poderia ser pra mim uma nova possibilidade de fazer amizades. No fim acabei não fazendo amigos em nenhuma sala de bate-papo convencional. Só que neste retrospecto, não posso esquecer da rede social mais antiga da internet: o e-mail. Poder mandar “cartas virtuais” para quem eu quiser, sem precisar comprar envelope, selo e esperar a entrega do correio, era o máximo da velocidade do mundo moderno (daquela época). Tudo começou a mudar no início deste século, quando a internet ficou mais difundida mundialmente e as primeiras redes sociais começaram a se organizar melhor. O Mirc, apesar de ser graficamente pobre (considero o “Atari” das redes sociais), conseguia organizar melhor a bagunça das salas de bate-papo, dividindo em vários canais de relacionamentos. Enquanto isso, o uso do e-mail passou ser mais ativo, havendo manifestações e protestos compartilhados por toda rede. Como consequência veio também às primeiras correntes da “paz”. Estimulando todos a encaminharem aquela mensagem de amor e esperança, para que o mundo pudesse mudar. Quanta ingenuidade! E o que falar sobre o compartilhamento de música pelo napster, ou o Kazaa? O fenômeno do compartilhamento do MP3 mexeu totalmente com a estrutura da indústria fonográfica mundial. O nosso comportamento estava mudando com a internet, quando tudo antes era novidade e diferente, agora passou ser parte fundamental em nossas vidas (como diria o Faustão: “Tanto no pessoal, quanto no profissional”).

A consolidação das redes sociais e das redes colaborativas ajudaram difundir o conceito da internet 2.0. A informação que já não era mais centralizada passou a ser compartilhada. A verdadeira revolução digital não veio da ciberativismo, mas sim do crowdsoursing. Vou tentar resumir um pouco sobre estes dois conceitos comuns da web. Posso afirmar que o ciberativismo é derivado do crowdsoursing, pois ambos tem a necessidade de solucionar pequenos e grandes problemas, com ajuda de várias pessoas conectadas pela mesma causa. O crowdsoursing está presente no Wikipedia e outras redes colaborativas. É a construção de uma plataforma digital, sem haver a necessidade de um órgão econômico e centralizador por trás da proposta inicial. Enquanto ciberativismo usa as ferramentas das redes sociais para confrontar os problemas do mundo real. Correntes online não é ciberativismo. E nem sempre a motivação do ciberativismo é de resolver problemas, podendo também ser um grupo organizado para denunciar as mazelas da sociedade. Um exemplo do novo ciberativismo é o Wikileaks, que é um órgão de denuncia e não um “solucionador de problemas”.

Nosso poder em expor as falhas sociais é muito maior que há uma década. Com nossas câmeras de celulares (até com os modelos mais fajutos) conseguimos flagrar abusos morais e compartilhar por toda rede, sem que haja uma censura de informação. Temos o poder em nossas mãos, mas ainda não sabemos como usar com eficiência. Este é um novo desafio para o surgimento da terceira geração da internet (3.0), que precisa superar a torre de babel digital, para que os novos movimentos sociais não fiquem limitados aos cliques de um mouse.

Deixo alguns vídeos que aprofundam melhor este tema sobre as redes sociais:




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