domingo, 3 de junho de 2012

A Torre de Babel digital

Ao ler o prefácio do livro, “Contos Fantásticos – O Horla e outras histórias”, do autor Guy de Maupassant, me deparei com esta frase: “O homem é um ser estranho para si mesmo, o outro é um abismo”. A comunicação tem sido a base para nossa sobrevivência social, como também é um desafio constante superar tais limitações para o bem estar coletivo.  Sabemos nos relacionar em comunidade, mas ao mesmo tempo, temos dificuldade em compreender o comportamento de estranhos. Quando olhamos para o “outro”, estamos observando através de nossas experiências subjetivas. Talvez o mandamento que nos obriga a “não julgar o próximo”, torna-se algo humanamente impossível. Pois somos bastante vulneráveis a fazermos julgamentos preconceituosos constantemente. O problema acontece quando o preconceito vira intolerância e as diferenças acabam virando barreiras sociais. E na era da internet 2.0, tudo ganha uma dimensão maior. Nunca estivemos tão conectados e distantes ao mesmo tempo.


“Compartilhar a vida. Eis um grande desafio em tempos de hipervalorização da individualidade e de enfraquecimento dos laços. Enfrentamos uma época de contradições em que, por um lado, vivemos cada vez mais solitários e por outro, criamos permanentemente novas possibilidades de convivência”.

Estamos vivendo um momento em que podemos ser voz ativa naquilo que acreditamos. Grupos, antes considerados como minoria, agora conseguem reivindicar seus direitos dentro da sociedade. O liberal e o conservador podem expor suas ideias e opiniões livremente nas redes sociais. Possibilidades infinitas de relacionamentos são criadas constantemente nesta aldeia global. Pois no mundo virtual não existem fronteiras e ainda existe muito que explorar neste novo conceito de internet. Porém essa tal liberdade, tem um preço e coloca em cheque nossa convivência dentro do “mundo real”.

“Vivemos, portanto, imersos em um grande paradoxo: Somos seduzidos por um mundo sem fronteiras no qual devemos transitar livremente, mas ao mesmo tempo, nossos passos são limitados pela impossibilidade de fazer circular nossos afetos e seguir ao encontro do outro, sem tantas defesas. Talvez a alternativa para superar tais ameaças, seja reabilitar a amizade e assim reinventar a vida”.

O “grande paradoxo”, como diz na citação, pode estar na polaridade entre o ciberativismo e a trollagem. Podemos nos engajar em diversas causas benéficas, da mesma maneira, como podemos sabotar ideias e humilhar pessoas. Essa divergência de ideias pode ir muito além de uma simples crítica para ofensas gratuitas. Não estou falando do que é politicamente correto, mas sim de uma convivência online. Como separar a crítica, sátira, ou denúncia, da agressão moral? A “moderação” não é censura. Todos os debates de ideias são bem vindos à internet, só que não pode alimentar o “troll” da avacalhação. Xingar, sem argumentar seus motivos é perda de tempo. A internet 2.0 é a rede do crowdsoursing, o que significa soluções compartilhadas. Podemos compartilhar mais que conhecimento e sim criar novas possibilidades para resolver novos e velhos problemas em comum.

Nas próximas postagens irei explorar melhor o conceito de ciberativismo e crowdsoursing, como também falarei mais sobre os novos desafios das redes sociais. Fiquem claro, que não sou nenhum especialista no assunto. Deixo o espaço aberto para o debate e contribuição de ideias. 

(Citações extraídas da Revista Mente e Cérebro; reportagem: O Poder da Amizade http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/amizade.html)

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