segunda-feira, 28 de maio de 2012

Crítica ao Saturday Night Live Brasil

Quando soube que o programa Saturday Night Live seria adaptado aqui no Brasil fiquei bastante contente. Já curtia há um bom tempo o programa original e sempre achei que o formato poderia ser inserido indiretamente em algum programa de humor. O que mais se aproximava do SNL era o TV PIRATA. Os dois programas tem esquetes de humor parecido, mas o detalhe era que o TV PIRATA não era ao vivo e também não tinha auditório. Hoje a MTV tem o Comédia MTV, que segue a linha do SNL, só que bem mais simples (mesmo assim o programa é muito bom). O formato do SNL é bastante ousado e difícil de se produzir. Fazer comédia ao vivo, com mudanças constantes de cenários e figurinos, é algo inédito na televisão brasileira. O humor do SNL original, sempre foi ácido e provocante, não havendo a possibilidade de amenizar o conteúdo das piadas nessa versão nacional. O SNL não é um programa para quem está acostumado com humor popular do Zorra Total, da Praça, da Escolinha do Gugu e talvez do Pânico. Sem querer discriminar quem assiste a estes programas. Eu particularmente gosto muito do Pânico. Só que eu acredito, que o publico potencial do SNL nacional, é de quem assiste humor na TV fechada, ou quem vai aos shows de stand-up mais ousados. Talvez seja este o motivo da baixa audiência da estreia.


Pode ser que o grande tabu para maioria das pessoas que não gostam deste tipo de programa é o temido “politicamente incorreto” no humor. Mesmo tendo um grande número de seguidores, o comediante Rafinha Bastos também possui muita gente que o detesta. Nem mesmo dentro da REDETV, o programa consegue ter apoio total dos integrantes da emissora. O SNL já tinha bastante gente quem odiasse o programa antes dele estrear. Por isso vem sofrendo com a escassez de artistas dispostos a participarem do programa. O Pânico no início teve a solução logo no início, de ao invés de terem os artistas participando no palco, eles preferiram correr atrás deles nas famosas festas da “alta sociedade”. Só que o SNL não pode ser o Pânico. Junto com o CQC, o SNL faz parte de um formato comprado fora do Brasil. Existem liberdades criativas, só que dentro de uma estrutura de programa, que já faz sucesso nos EUA há quase quatro décadas.


Particularmente eu achei interessante o resultado do programa de estreia. Não é totalmente eficiente, mas consegue ser fiel ao original. Algumas esquetes conseguem ser muito engraçadas e outras ficaram com o resultado muito tosco (beirando o amadorismo). A sátira do polêmico depoimento da Xuxa ficou hilário, conseguindo expor todas as contradições da apresentadora. O monólogo inicial e o Weekend Update (único quadro mantido do original), do Rafinha Bastos mostraram o quanto o humorista, ainda consegue extrair de piada sarcástica com várias pessoas famosas. Outra esquete que chamou atenção foi o deboche com os torcedores fanáticos, que ficam gritando na janela quando o time faz gol. O que não gostei foi dos merchandisings, mesmo tentando fazer algo diferente, ainda ficou muito ruim o resultado das propagandas. A atração musical com a Marina Lima ficou estranho dentro da proposta do programa. Foi um dos raros momentos que eu troquei de canal. Mesmo sendo fiel ao formato americano, o resultado dos cenários (das esquetes) no programa de ontem ficaram bastante pobres.



Outro erro da emissora foi querer competir com o Pânico no mesmo dia e horário. O Pânico já é um programa consolidado e tem seu publico fiel. Colocar o SNL junto com o Pânico é uma missão suicida. Claro que eu não posso esquecer de mencionar que o Saturday Night Live está sendo exibido no domingo. O que tem sido motivo de piada antes da estreia do programa. O SNL deve ser exibido no sábado como diz o nome. Se colocarem o programa no mesmo horário no sábado, com certeza vai ter mais audiência. No sábado não tem quase nada de bom passando na televisão. O máximo de concorrência forte neste dia é a novela da Globo. Com o programa terminando as 22:00, também é evitado o confronto direto com o Zorra e o Legendários, apesar de serem públicos distintos. Ter a reprise no horário que é o programa ao vivo, evita maiores prejuízos para emissora.
O SNL brasileiro tem potencial para ser um programa consagrado de humor na televisão brasileira. Bastam apenas corrigir estes pequenos erros, antes que seja tarde demais. Pois eu não quero que o programa seja cancelado.



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