Quando era criança, as pessoas inteligentes costumeiramente
eram chamadas de CDF, ou superdotados. O termo CDF pode significar: Cabeça de
ferro, crânio de ferro, ou até mesmo cú de ferro. Chamávamos de CDF aqueles só
estudavam, abdicando muitas vezes da vida social. Enquanto o superdotado não
precisava estudar muito, tendo facilidade no aprendizado e na aplicação de seus
conhecimentos. Sempre achei que CDF e nerd tinham o mesmo significado. Aliás,
sempre considerei estes termos estereotipados e pejorativos. Quanto aos supostos
superdotados, considero uma superestimação sobre a inteligência alheia. O que
dizer dos famosos intelectuais e pensadores? Parece que existe uma suposta
divisão de castas, entre quem é intelectualmente superior e os medíocres. Tem
até disputa de quem possui QI mais alto. Pura bobagem. Quando descobri que minha
falta de atenção não era problema de inteligência, soube que não era
intelectualmente inferior a ninguém. Todos têm diferentes níveis de
inteligência e maneiras diferentes de compreender o mundo. OK! Agora só faltava
entender, qual era o meu lugar no mundo.
O mundo mudou nestas duas ultimas décadas. Antes tudo era
mais polarizado. Os gostos e estilos de vida mudaram bastante, segmentando
pessoas em grupos mais restritos. Como identificar pessoas de comportamento
semelhantes? Através da aldeia global da internet existe uma maior facilidade no
encontro das tribos, ou grupos que compartilham da mesma ideia. Hoje temos voz
para manifestar o que pensamos e somos mais ativos socialmente. Logo um grupo
menosprezado algumas décadas atrás, começa ganhar espaço e respeito na
sociedade: Os nerds “dominam” o mundo.
Hoje em dia ser nerd é fácil ter uma maior identificação.
Acredito que o termo nerd deixou de ser um mero estereótipo, para ser um estilo
de vida. O problema é que muitas pessoas começaram se considerar nerd, sem
necessariamente agir como um. Parece que virou modinha ser nerd. O jeito é
colocar ordem no galinheiro e separar o joio do trigo (sem nenhuma
descriminação). A primeira ruptura veio, quando começou a diferenciação entre o
nerd e o geek. Pra muitos sempre foi a mesma coisa. Era só uma maneira diferente
de identificar o mesmo grupo. Fazendo uma pesquisa, percebi várias opiniões
divergentes sobre a diferença entre os nerds e os geeks. Muitas vezes são
usados estereótipos nesta suposta identificação de grupos. Explicando de
maneira breve: Os nerds são mais introvertidos e os geeks são mais
extrovertidos. Mesmo assim, existem outras correntes que digam o contrário.
Existem ideias convergentes e divergentes acerca dos gostos e estilo de vida
dos dois grupos. Ainda não existe um tratado (tipo o de Genebra) que realmente
explique a real diferença entre os dois.
Como se isso não fosse
o suficiente, surgiram outros subgrupos pra ajudar a não confundir muito essa
associação entre nerds e geeks. Para fazer parte deste subgrupo, você não
precisa ser necessariamente um nerd, ou geek; apenas basta se identificar com o
estilo e comportamento destas outras nomenclaturas. Existem os gamers: Dedicados
aos jogos em geral, sendo mais que meros jogadores, podendo projetar e
modificar seus jogos. Os Fanboys: Aqueles cultuam com devoção e sabem bastante
sobre determinadas obras culturais, midiáticas, ou tecnológicas. Todos estes
dois exemplos existem também seus subgrupos, mas prefiro não ficar entrando em
detalhes. Claro que eu não posso esquecer dos hipsters. Posso dizer que o
hipster se tornou uma forma de insulto. Sendo uma maneira de dizer que eles
sempre serão o subgrupo mais marginalizado desta suposta hierarquia. A verdade
é que o hipster se considera como nerd, ou geek por pura conveniência, quem
sabe por “modinha”. Quer ter os novos gadgets tecnológicos, gosta de aparecer
como descolado, só que não possui o mesmo conteúdo de conhecimento e devoção
dos demais subgrupos. Talvez seja um estereótipo pejorativo, ou uma resposta
para vulgarização do “movimento nerd”.
Volto ao início do texto, quando falei que faltava encontrar
meu lugar no mundo. Será que sou nerd, ou geek? Pelo que eu pesquisei, eu tenho
um pouco de ambos. Não gosto de seguir “rótulos”, mas me identifico mais como
um fanboy, sem ser “fanático” demais. Fanatismo é ruim e muitas vezes têm
destinos trágicos. Basta lembrar que John Lennon e a cantora Selena foram
assassinados por fãs. Amo cinema adoro quadrinhos e curto vários seriados da
televisão. Gosto de saber bastante sobre as coisas que eu gosto, mas não sou
babaca ao ponto de me achar superior a qualquer pessoa. Também não consumo tudo
que sai sobre todas as coisas que eu gosto. Tenho sim minhas coleções, só que
uso meus critérios para selecionar o que eu quero. Sou uma pessoa que gosta de
compartilhar conhecimento e trocar ideias.
Neste blog irei
postar todo conteúdo que possa agradar (ou não) o nerd, geek, gamer, fanboy e
quem sabe também o hipster (sem descriminar ninguém). Este é o meu texto de
abertura do blog, espero que curtam o que virá de novidades.
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